Ao
chegar do trabalho em sua casa, depois de um dia tenso e cansativo de
trabalho, certo homem procura o máximo possível relaxar. Por rotina, faz
suas atividades corriqueiras e ao passar por cada cômodo do seu lar,
vai deixando as luzes acesas, como rastro de sua jornada. Seu filho,
ainda criança, percebe toda situação e exclama em alto e bom som: “Que é
isso, pai? Aqui em casa, a luz é de graça?”
Esse exemplo não é piada nem tampouco propaganda comercial. É uma
explanação do sonho de todo pai, se não é, deveria ser: seu filho
entendendo e exercendo a arte de poupar.
Independente das gerações, todos devem pela própria sobrevivência,
quer estudante ou não, buscar compreender o quadro de suas finanças e de
sua família. O pai, nesse caso, é espelho e sempre será no que se
refere a comportamento e valores. O filho sempre vai esperar do seu
genitor mais do que atenção. Ele quer um referencial em forma de bússola
para indicar caminhos ou soluções em momentos difíceis da vida. Na
economia, não haverá fuga desse contexto.
Quando se vê o que está acontecendo ao Poderoso Estados Unidos, se é
que ainda pode-se afirmar isso, é identificado decisões equivocadas que
geram conseqüências desastrosas. Há vinte anos, nem o mais otimista
vidente poderia prever esse cenário, Estados Unidos em uma crise
financeira dificílima e um Brasil conseguindo manter ótimo desempenho.
Por isso mesmo, temos que atentar a economia da casa de cada um, olhar
para o próprio bolso e visualizar o futuro.
Ainda que o Brasil tome providências no plano macroeconômico para se
manter longe da crise norte-americana, cada um deve, quer seja um
poupador nato ou um consumista, refletir sobre seu amanhã. Planejar,
poupar e investir são verbos que todos precisam colocar na ponta da
língua. Organizar suas finanças, valorizar seu dinheiro e fazer com que
seu salário renda mais do que queira, são passos importantes para se ter
um futuro mais tranquilo.
Nesse momento, entra o papel do pai. Ele precisa colocar em prática
que a preocupação com o amanhã do seu filho é, principalmente organizar e
ensinar sobre finanças. Não é uma tarefa fácil, é um exercício diário,
se não consegue, existe ajuda de especialistas com inúmeras teses,
algumas delas são a sequência de diagnosticar a situação, sonhar com o
que realmente lhe satisfaz, orçar com planejamentos e poupar iniciando o
projeto.
Já essa geração, apesar de muitas vezes ser criticada por não
valorizar um momento tão favorável, distinto do que se viveu nos anos 70
e 80. Que são jovens com vidas mais fáceis. Que tem acesso a tudo que
querem. Fast-food, internet, celular, transportes mais velozes,
praticidades no ritmo da tecnologia. Essa mesma geração é uma geração
que aprende muito rápido as coisas e que muitas vezes não gostam de
errar sendo exigentes por causa de tanta concorrência. Buscam excelência
porque cresceram vendo as coisas melhorarem e que conseguem discernir o
antes e o depois de tanto ouvir a geração anterior falar.
Por isso, não será tão árduo o desafio de ensinar os filhos a
pouparem. Se isso for realmente possível, poderemos ter gerações futuras
com maturidade para encarar novos desafios e se vierem outras crises,
passarão bem por elas saindo melhor do que entraram.
Os pais, ao ver que seus filhos assumiram a responsabilidade e o
compromisso com o próprio bolso, não terão somente o segundo domingo de
agosto como um dia feliz, mas em todos os momentos que enxergarem um bom
legado ao ensinar sobre planejamento e poupança para um mundo melhor. E
talvez um dia, os próprios filhos lembrem aos seus pais sobre
investimento e como valeu a pena cada moeda no cofrinho.
João Euler de Melo Silva
Economia UFC
Fonte: Unânime
http://www.unanime.coop.br/index.php?option=com_content&view=article&id=672:pais-felizes-filhos-poupadores&catid=80:por-joao-euler-de-melo-silva&Itemid=214
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