terça-feira, 30 de outubro de 2012

NAVEGANDO NO MAR DA ECONOMIA

“A situação financeira do Brasil mudou muito nos últimos anos. Éramos um país com histórico de superinflação e sem critérios econômicos estabelecidos. Nossa taxa básica de juros era gigantesca e o mercado de capitais praticamente não existia” – disse Ricardo Pereira, consultor financeiro em seu blog. Apesar de ser uma realidade clara, quando se analisa a situação atual, as pessoas podem enxergar além da estabilização, tanto micro como macroeconomicamente falando, um novo horizonte de expectativas e oportunidades para os brasileiros. Usando metáforas, como o ex-presidente Lula gostava de fazer, estamos em momentos de ondas favoráveis no mar da economia.
Durante décadas no Brasil, vivia-se com investimentos sem riscos, no entanto com uma rentabilidade frágil. É como se um valor aplicado anteriormente em quatro anos equivalesse a oito anos hoje. Daí a necessidade, de se mudar a mentalidade para a importância de um planejamento financeiro para curto, médio e longo prazo. A idéia de saúde financeira, que para muitos pode ser considerada ainda banal, na verdade tornou-se uma importante ferramenta para uma boa base familiar.
“Sim, nós podemos!” foi o slogan que impulsionou a vitória do atual presidente dos Estados Unidos Barack Obama. E hoje o brasileiro também pode usar a mesma frase de impacto.
A cultura financeira do país somente será modificada, quando a cultura de cada um de fato for mudada. Assim como na saúde a pessoa precisa fazer check-up periodicamente, na economia não é diferente. Buscar uma orientação financeira não se limita a grandes aplicadores. Todos precisam se planejar, para assim saberem para onde irão e como poderão chegar até lá. Planejar ou discutir taxas não podem mais serem considerados ações raras ou achados de alguns. É por isso que uma análise profissional trará um norte mais seguro para os negócios. Se haverá vantagem nas atitudes financeiras ou se em um futuro próximo a ruína surgirá inevitavelmente.
Conhecer as mais variadas formas de rentabilidade trará para quem quer melhorar de vida, mais opções e uma visão mais abrangente da situação que se encontra. E principalmente, se a instituição financeira, no caso, estiver ciente que o cliente sabe do assunto, ela o tratará de forma diferenciada. Renda variável, investimentos em títulos ou em imóveis podem ser bem mais simples do se imagina. Como, historicamente, toda essa linguagem era distante do dia-dia do brasileiro, quando se fala nisso parece ainda um bicho de sete cabeças. No entanto, novas formas de ganhar dinheiro, ou melhor, de multiplicá-lo estão cada vez mais reais do que se pensa.
Após o diagnóstico da sua situação financeira, você poderá se identificar como um tomador ou um investidor. Sendo um aplicador, será necessário saber, mesmo sem experiência no assunto, que existem riscos. O conservador busca sempre evitá-los o máximo possível, optando pela renda fixa. Já o arrojado perceberá que o atual cenário é propício para arriscar, principalmente nas elevações constantes da taxa de juros que se prevêem para o mercado.
Se você se identificou como um tomador de recursos, não se desespere. O quadro pode ser mudado, lembre-se de que além da sua organização pessoal, inúmeras ondas inesperadas poderão surgir neste mar da economia .
Outra opção real que antes não se tinha, é a programação de uma melhor aposentadoria tendo como base investimentos em renda fixa. Todavia, é preciso ter cuidado com os planos de previdência privada já que muitos deles tiveram ferramentas de simulação com índices antigos. É necessário estar atento quando o objetivo for ganhar dinheiro. O importante é sempre ter ganhos, mesmo que sejam menos do que se imaginava.
Diante de um novo momento, quem nunca pensou em investir, pode ser a hora mais indicada. Isso vale para todos, independentemente do salário ou da carreira. Investir fica cada vez mais claro como o melhor caminho para se ter um futuro mais seguro. A situação do mercado favorece alçar novos vôos, projetar viagens mais sólidas e visualizar objetivos mais plausíveis. O momento é agora, já que ninguém sabe o dia de amanhã e, principalmente, jamais saberemos o que a maré poderá nos trazer.

João Euler
Fonte: Jornal O Estado

Publicado também em http://www.oestadoce.com.br/?acao=colunas&subacao=ler&colID=33