terça-feira, 12 de novembro de 2013

AS CONQUISTAS DOS FILHOS

Olga chega pra mim empolgada e diz...
- "Papai, vc não vai acreditar!"
Surpreso com seu estusiasmo perguntei o que foi. E ela respondeu feliz...
- Consegui matar uma "miriçoca"!!!
E dei meus parabéns...
Na lição de hoje, vimos a importância da conquista dos filhos, inclusive aos 5 anos. Ficando feliz com suas alegrias simples de aniquilar uma muriçoca, deixando eles se sentirem praticamente matadores de vampiros.

UM ENCONTRO MAIS-QUE-PERFEITO


"Sabe quando um encontro que tinha tudo para ser comum e se tornou singular?
Sabe quando um encontro que tinha tudo para ser casual e se tornou mais que perfeito?
Calma, calma... Essas perguntas não são parte de uma música do NX Zero nem do Restart. Na verdade, quando penso num encontro, eu me lembro da história narrada no Evangelho de Lucas. A que fala de uma estrada longa e batida que dava lá em Emaús, dois homens tristes e um Deus encarnadamente ressurreto.
Esse caso tinha tudo para ser acidental, mas como o Criador gosta de embaralhar o juízo do ser humano, é possível da água tirar vinho para o final da festa. A vida, mesmo sendo clichê, é um ciclo. Não há dúvidas, ela dá voltas, e que é cheia de encontros e desencontros. Podem se passar anos, as pessoas mudam de casas, passam de fase e até trocam de ideias, porém no fundo, no âmago da profundidade do interior, parece que nada mudou com o tempo. No bom sentido, é claro.
Os dois discípulos de Jesus voltavam de Jerusalém no rumo de Emaús, que era uma cidade tão pequena, que se fosse no Ceará, seria menor que um Distrito. Tipo assim... Icaraizinho de Amontada, que de pequena quase não aparece no mapa. Voltando pra história... Aqueles homens, naquele momento pós-Calvário, acreditavam na desilusão e frustração. Eles se desencontraram deles mesmos, a partir do momento que o que achavam que ia acontecer virou decepção. E só restava a vontade de recomeçar. Mas por onde? Como “resetar” tudo sem conhecer o novo paradigma?
De repente, o encontro. O reencontro. A volta dAquele que não foi. Sutilmente Cristo aparece e se “encosta” na conversa dos dois sujeitos. Eles proseiam colocando a conversa em dia. Ao tocarem no assunto do momento, o mais “tuitado” na internet da época. Jesus aparentou não está “antenado” nesse tema, o qual Ele próprio era protagonista. Surpresos, os dois o questionaram: - “Tu não tens Facebook? Por acaso, não viste o que publicaram na rede? Deveras não tens nem TV que preste... Nós achávamos que Aquele homem era o Messias, mas nada aconteceu no terceiro dia”.
Jesus tentou o máximo argumentar. Explicou as Escrituras como ninguém, mas era como se estivessem com os olhos “apregados”. Nada. Nada de reconhecimento, e como já estava tarde, o Mestre se despediu da prosa que estava boa, mas não dava pra prolongar... Afinal de contas, naquela região não passava o Ronda do Quarteirão Romano. Surgiu o convite do “fique mais um pouco”, como Jesus não era de ferro, aceitou a solicitação. Por uma obra celestial, eles reviveram a cena da Santa Ceia. Ao partir do pão, naquela cozinha daquele fim de mundo, os privilegiados olhos daqueles cidadãos se ”desapregaram” e um disse para o outro: “Rapaz... como é bom ter o coração ardendo de novo ao ouvir Aquela voz. Estava com tanta saudade de Jesus e Ele veio aqui nos abraçar!”
O que parecia ser um encontro casual, simplesmente foi marcante. Pelo simples fato de haver amor e esperança naquele momento. O encontro de uma bela amizade é do mesmo jeito. Nunca muda, porque quando os olhares se cruzam como da primeira vez, o coração arde novamente. Parece que nunca nos separamos, parece que nunca houve a morte, parece que nunca houve sofrimento nem solidão. Parece que foi só um sábado, entre o calvário e o túmulo vazio, que nos separou. Nisto conhecerão que são amigos de Deus, quando se tornarem amigos uns dos outros".

terça-feira, 20 de agosto de 2013

MINHA MELHOR PÉROLA


MEU MELHOR PRESENTE OLGA VITORIA

SÓ NA VONTADE

O desafio de um pai é conseguir convencer a seu filho de que sua vontade é a melhor pra ele.
Convencer de que a vontade do pai pode ser boa ou menos ruim, já que sua experiência permite um ângulo diferente das circunstâncias.
Convencer de que o seu querer mesmo às vezes não sendo tão perfeito, mas vai fazer com que tudo se ajeite para o bem de cada um.
Convencer que a vontade do pai pode não ser a mais agradável e aceitável pro filho no momento, mas pode ajudar a evitar surpresas desagradáveis no futuro.
Imagine o Pai Celestial tentando convencer seus bilhões de filhos todos os dias...
Compreendendo...
Aguentando as birras...
Enxugando as lágrimas...
Ensinando...
Consolando...

E mostrando que seu desafio é como de qualquer pai. O de mostrar que seu querer é fazer o filho enxergar carinho e cuidado em cada gesto.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

LA REVOLUCIÓN COLOQUIAL

No Ceará, estamos presenciando uma Revolução Coloquial. Praticamente um Woodstock das palavras. Graças às redes sociais e, agora, a um filme legendado em cearês sem preconceitos. O Brasil tem visto e lido, que por aqui onde os sabiás além de cantarem diferentes fazem "mugangas", falamos assim e gostamos disso. Ficamos mais pertos um do outro, sem barreiras, sem protocolos e sem "viadagens".
Num momento, onde a confiança tem pouco IBOPE, a credibilidade anda em baixa e muita individualidade, existe muita carência de transparência e aceitação. Sejamos nós mesmos sempre, mesmo com as decepções, aprendi que o perdão é uma forma de renascer. Avía, menino! Viva la Revolución de las palabras "marmotais"!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

POR CAUSE DE QUE

"A misericórdia de Deus é o 'porcause' de que da gente não papocar, porque pense numa misericórdia grande;
Todo dia se renova, Tua fidelidade é do tamanhe da tua graça".
(Escritura na Linguagem de um Cabra da Peste; Lamentações 3:22,23)

ERA PRA SER ASSIM

Igreja é como uma família.
Família, pode até um discordar do outro...
Pode até por causa do desentendimento ir passar um final de semana em outro lugar...
Pode até morar noutra casa, devido alguma briga...
Pode até ir morar noutro país se der "uma doida"...
Mas na hora do reencontro, tudo fica bem. Porque na família todos se conhecem e se entendem. Porque corre na veia o mesmo sangue.
E na igreja, também corre na veia o mesmo Sangue...
Pelo menos, era pra ser assim...

UM POR UM

Lembrando meu amigo Danúbio Júnior, se o Apóstolo João tivesse facebook, ele postaria 3a. João 15, assim:
"Que a paz também seja compartilhada. Os amigos te curtem e te mandam torpedos calorosos. Mas retorne o carinho um por um, tanto no chat como no abraço".

terça-feira, 6 de agosto de 2013

GENTILEZA

Gentileza gera gentileza, que gera gratidão, que gera compreensão, que gera reflexão, que gera respeito, que gera gentileza, que gera gentileza, que gera...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

LA PEROLITA DE LA OLGUITA

CARMINHA

Ao passar a propaganda da novela O Cravo e a Rosa, a Olga surpresa diz:
- "Ô... A Carminha bem novinha!"

PÉROLAS DA OLGA

Companheirismo não tem idade
Olga chegou para mim, certa feita e falou: 
- "Papai, quando eu crescer quero ser mãe. Vou ter duas filhas...
Papai vai doer?
Respondi::
- "Um pouco... mas aí você toma o remédio que a mamãe tomou!". 
Então, a Olga pergunta: 
-" Papai, você vai tá lá comigo"?

PÉROLAS DA OLGA

Episódio de hoje: Novo personagem de HQ
 

 Num momento de euforia, a Olga chega e...
- "Vamos brincar de super-herói?
O sr. é o Batman, o ti Edney Melo é o Super-homem e eu sou a Mulher-Barata!"
Moral da história: Olga escolheu uma personagem com poderes que provocam medo em todo mundo e que resiste até uma bomba nuclear.

MADAME OLGA SABE-TUDO

De manhã cedo, ao se arrumar pro colegio, Olga pede pra mãe Elayne Maria ir deixá-la. Como tinha que resolver umas coisas lá e tb, confesso q gosto de levá-la, insisti p ela ir mesmo comigo.
No caminho, o pneu do carro fura... páro no Posto "aperreado" e sabiamente a Olga me lembra:
- "Eu disse que era pra ir com a mamãe!"
Pensei comigo...
- "Inda vai, Bichão!"

quarta-feira, 24 de julho de 2013

PÉROLA GRACIOSA DA OLGA

Meu irmão mais velho chegou e disse:
- "Obrigado por vocês serem meus grandes amigos!"
A Olga retrucou:
- "Amigos não... família!"

DESCONCERTANTE...

AQUELA PERGUNTA DE UM FILHO QUE É DESCONCERTANTE 
No meio de uma conversa, a Olga chega e...
- "Você já nasceu de bigode, meu filho?"

AVÍA

“Avía pros passarim dos céus, que nem plantam, nem colhem, nem ajuntam comida; e Deus dá de comer a eles.
Será que o Pai Celestial não dará maior valor pra vocês?
(Escritura na Linguagem de um Cabra da Peste, Mateus 6:26)

sexta-feira, 5 de julho de 2013

TEIMOU TANTO DE UM JEITO

"Porque Deus teimou, tanto de um jeito, com esse mundo, que pegou seu 'menino do coração', deu todo poder pra Ele e mandou pra cruz. E quem botasse fé nele não ia morrer nunca".
(Escritura na Linguagem de um Cabra da Peste Jo. 3:16)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

DESABAFOS MANIFESTANTES

Somos um prédio e a base redescobriu que pode mudar o topo. Os últimos acontecimentos podem dar frutos pro Brasil sim. Quer seja na rua, na internet ou com atos nobres... só depende de nós pras coisas finalmente evoluírem pra todos. A indignação gera mudança, e que seja progressivamente constante.
É hora de todos assumirem a responsabilidade. É hora de cada um se representar querendo o bem geral - do topo até a base. Cristo se indignou com a injustiça, mas cuidou da adúltera, conviveu com uma renegada samaritana e ajudou os excluídos. 

Que país é esse? Quem me dera ao menos uma vez ter de volta o que foi roubado... 
Não dá pra celebrar a estupidez humana... 
Não dá mais pra ser executado nesse faroeste urbano e caboclo...
Só nos resta fazer valer como se não houvesse amanhã...

PÉROLAS DA VÓ DA OLGA

A Olga tem mta gente pra puxar, uma delas é a avó. 
Num momento desses, minha mãe comenta:
"Meu filho, quando a pessoa envelhece e começa a esquecer as coisas, ela tem "Mal de 'designer'"!" (Leia-se Alzimer)

Noutra hora, Dona Simone diz:
- "... O Brasil vai ganhar nessa Copa das Considerações!"

(Pois não é que ela acertou de novo!)

DEPOIS DE UMA SÚPLICA CEARENSE, VEM A GRATIDÃO...

"Eu te agradeço, meu Deus, por cuidar de mim, ignorando minha falta de fé. Sussurrando no meu 'pé-douvido':
- "Meu fi, num se avexe não... vai tudo se ajeitar pra você"!"

NOME DE FILHOS E A TV

A mãe chega no portão e grita pelos filhos:
- "Ruth, Raquel e Tonho da Lua... entrem agora e saiam já desse sereno!"

domingo, 21 de abril de 2013

AGRADECIDO

"Fico agradecido com Deus no meio de gente que tem coração bom. Grandes são as obras: quem aprecia mesmo não pára um minuto de pensar. Esses feitos mostram toda majestade e justiça que nunca vão acabar.
Ele fez dizer pro mundo todo suas maravilhas; o Senhor é misericordioso e paciente.
Deu o "de comer" pros que temem a Ele, pois sempre se lembra do seu trato.
O povo tem visto coisas poderosas, dando grande terreno como herança
Tudo que suas mãos fazem são fiéis e justas; sempre merecendo confiança.
Firmes para sempre vão ficar quem acredita, feito estaca no chão rochoso regado com fidelidade e retidão.
Deus trouxe salvação pro seu povo, fazendo aliança com ele para sempre. Santo e medonhe é o seu nome!
O temor ao Senhor é sinal de sabedoria; todos os que cumprem o que Ele diz mostra bom senso. Ele será louvado para sempre!"
(Escritura na Linguagem de um Cabra da Peste Sl. 111:1-10)

sábado, 20 de abril de 2013

SÉRIE "COISAS QUE NÃO SE PODE DIZER NA ENTREVISTA DE EMPREGO"

COISAS QUE NÃO SE PODE DIZER NA ENTREVISTA DE EMPREGO
 

Na seleção, o entrevistador indaga:
 - "... Você prefere ser chamado como?"
Na lata, o cidadão responde:
- "Coração, chuchu, amor... Do jeito que você quiser!

PÉROLAS DA OLGA - Episódio de hoje: O PARTO

O PARTO
 

A Olga, com seus quase cinco anos, chega pra mãe dela e...
- "Mãe, você sabia que os bebês saem do pipiu? Mas quando eu tiver o meu, vou querer que saia da barriga mesmo!"
Após um silêncio e grilos "cricrilando", o que comentar depois de tanto conhecimento biológico?

OLHOS "PREGADOS"

"Ah! Meu Deus do céu, será que tu não vai julgar eles? Porque não temos um pingo de força, na frente dessa "arruma" de gente que tá vindo pra cima de nós, e não sabemos o que fazer; mas os nossos olhos estão "pregados" em Ti".
(Escritura na Linguagem de um Cabra da Peste, 2 Cr 20:12)

PÉROLAS DA OLGA Episódio de hoje: O Livramento

O Livramento

No sábado, ao acordar, a Olga olha pra mãe e pergunta:
- "Hoje tem aula?"
Sua mãe responde:
- "Não".
E a Olga comemora:
- "Êba! Me salvei!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

PÉROLAS DA OLGA - Episódio de Hoje: Bebinha

Episódio de Hoje: Bebinha
Uma vizinha aparece na janela do apartamento do outro bloco e canta com uma toalha na cabeça:
- "Dançando, dançando! Dan-dan-dan-dançando..."
A Olga olha pra mim e diz:
- "Tá bebinha, hein?!"

domingo, 7 de abril de 2013

SOMOS TODOS FARINHA DO MESMO SACO DE UMA ÓTIMA SAFRA

No final de tudo, somos farinha do mesmo saco. No bom sentido. Uns são farinha "branca", outros são "quebradinha", outros são "d'água", mas que juntos podemos fazer uma boa farofa. Pra mim, o cristianismo só valerá a pena quando eu chegar no céu e essa farinhada estiver na Mesa da Ceia do Pai, mostrando que valeu a pena amar nas diferenças...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

UM “CABÔCO” QUE VOLTOU PRA CASA DO PAI (Lc. 15:11-32)



  Pense numa vontade de conhecer o mundo feito doido? Era a minha. Eu sendo o mais novo da casa, não tinha aproveitado nada dessa vida. Ficava ouvindo os “cabra”, que trabalhavam na casa do meu Pai, contarem aventuras e coisas divertidas que eu não tinha ideia.
Quando fiquei um pouquinho “de maior”, decidi uma coisa que ia mudar meu rumo. Cheguei pro meu velho e pedi minha parte da herança. Eu não quis nem saber quem pintou o céu de azul, eu queria era pintar o resto da tinta pelo “mêi” do mundo. Meu Pai era rico demais, não ia fazer falta aquele dinheiro. Eu não tinha direito? Claro que sim. Meus amigos de escola tinham dito que eu podia fazer o que eu quisesse. Só que meu Pai me surpreendeu. Ele repartiu entre eu e meu irmão mais velho tudo. Ele me deu mais do que imaginava. Não me esqueço de seu olhar triste... É como se eu não quisesse mais nada com ele, quisesse antecipar sua morte. Por um instante, bateu um remorso, por um instante só.  Logo depois, lembrei de tudo que eu ia viver. Mulheres, roupa boa, uma “belezura” de carro, festas, bebida, amigos diferentes... Tudo que sempre sonhei. Alegria total.
E lá vamos nós! Pense numa farra. Juntei uns amigos, e toda noite a gente saía. Sempre lugares diferentes, bebidas diferentes. Cada hora, uma mulher “só o filé”. Elas faziam tudo e mais um pouco. Eu ficava impressionado, quando não estava bêbado. Cheguei a provar uns cigarrinhos diferentes, na minha terra não conhecia aqueles troços. Eu tava "pagano", queria era aproveitar mesmo. Foram passando os dias. As semanas. Os meses. E o dinheiro, que eu achava que nunca ia acabar, começou a ir embora, assim como os amigos e as mulheres. Um dia, sem mal ficar em pé, dei conta que não tinha nada. Todos foram embora mesmo. Eu me iludi. E me lembrei do olhar triste do meu pai.
Pra completar o destroço. Veio uma seca desgramada pras bandas que eu tava. O negócio foi feio. Tinha uma lagoa medonha que secou de um jeito, que os gados começaram a morrer tudo ao redor. Eu nunca tinha visto aquilo. Era gente passando fome, era família sem casa pra morar, era criança sofrendo... Triste situação. Na casa do meu Pai não tinha nada daquilo. Passei dias e dias, atrás de emprego. Eu tinha instrução, mas pro que eu tinha estudo não tinha trabalho. Até que consegui um lá, na casa do Seu Raimundo. Era um homem bem ignorante, com cara fechada, mas que teve bom coração comigo. Deixou eu cuidar dos porcos. Eu ia buscar o resto da comida, alimentava sempre na hora certa e depois ficava “pastorando” pra nenhum se perder. Não era o trabalho dos sonhos, mas tinha salário. Pouco, mas tinha. Só que as coisas foram piorando, piorando, piorando. O dinheiro não dava pra nada. Até o ponto de eu olhar pra “lavage” dos porcos e ter vontade de comer com eles. Eu me lembrei do meu Pai.
Eu tinha medo do meu Pai, achava que o conhecia bem. Só que eu me dei conta que até seus empregados comiam melhor que eu. Como Patrão, Ele nunca deixava faltar nada pra eles. Pra não dar o braço a torcer mais ainda, pensei em pelo menos trabalhar pra Ele quando voltasse. Podia ser de qualquer coisa, não tinha problema. Jardineiro, contínuo, zelador, porteiro ou até lavador dos carros. Quando vinha andando, pensei em muitas formas de falar o que sentia. Do remorso, da tristeza, do arrependimento. Afinal de contas, quando pedi a herança, quis dizer que não me importava mais com ele.  Mais uma vez Ele me surpreendeu. Ainda faltavam muitos quarteirões de casa, quando O vi de longe na varanda da Casa pegando "sereno". Não consigo esquecer essa cena. Parece até que Ele tava na porta me esperando, desde o dia que saí de casa.
Quando pensei em correr ao encontro do meu pai pra me ajoelhar, mais uma surpresa. Ele que correu pra mim como uma criancinha corre para seu pai. Ele nunca se esqueceu de mim. Nunca. Aquele olhar de tristeza se desfez. Ele me abraçou como se eu nunca tivesse ido embora. Ele me beijou do mesmo jeito quando eu era pequeno. Chorando, eu disse: - “Pai, eu errei demais. Fiz tudo o contrário que o Senhor me ensinou. Não mereço mais ser seu filho”. Com a voz embargada, no entanto conseguindo ficar firme, Ele chamou um empregado que tava perto e disse: - “Chegue aqui, Zé! Traz aquela roupa nova que foi comprada na Rua. Traz aquele anel de ouro e aqueles sapatos também. Ah! Manda matar aquele boi, vamos fazer aquele churrasco. Chama todo mundo. Porque meu filho não está mais morto, ele vive aqui comigo!”
Começou uma festa que não teve hora pra acabar. Pois num é que só colocaram as músicas que eu "mais dava valor"?! Nunca me senti tão vivo. Nunca imaginei que meu Pai fosse tão importante pra mim e eu pra Ele. Também soube que meu irmão mais velho, o Toím, ficou tiririca da vida. Ficou reclamando pelos cantos, por causa dos gastos. Não conseguia entender a alegria do Pai mesmo depois de tudo que eu tinha feito de ruim. Recalque do “póbe réi”. Sei também que meu Pai mesmo sem querer dar lição de moral, disse com todo amor que ele era igual a mim. Não precisava ter ciúme nem inveja. Meu irmão, mesmo sendo mais responsável, teve vontade de fazer o mesmo que eu. Tanto que os dois receberam a herança, ele não aproveitou por que não quis. Ele era pra ficar feliz comigo, por que voltei... mas deixa pra lá. Acho que ele entendeu. O abraço da saída é o mesmo da chegada.

sábado, 30 de março de 2013

PINCELADAS do livro "A CABANA" de WILLIAM P. YOUNG

"A alma é curada ao estar com crianças".
(Fedor Dostoievsky)


"(...) Não sou quem você pensa, Mackenzie. Não preciso castigar as pessoas pelos pecados. O pecado é o próprio castigo, pois devora as pessoas por dentro. Meu objetivo não é castigar. Minha alegria é curar."
(Trecho do Livro A Cabana de William P. Young)



"É aqui que emerge o sagrado, que não está necessariamente ligado ao "religioso" ou ao "ritual", mas a tudo o que amplia as dimensões do mistério da vida e que abre o coração a horizontes sempre mais vastos até o infinito".
(Leonardo Boff)


"Os homens jamais fazem o mal tão completamente e com tanta alegria como quando o fazem a partir de uma convicção religiosa".
(Blaise Pascal)


"Novo mundo - grande horizonte.
Abra os olhos e veja que é verdade.
Novo mundo - do outro lado das assustadoras ondas azuis".
(David Wilcox)

  
"Mack, eu crio um bem incrível a partir de tragédias indescritíveis, mas isso não significa que as orquestre. Nunca pense que o fato de eu usar algo para um bem maior significa que eu o provoquei ou que preciso dele para realizar meus propósitos. Essa crença só vai levá-lo a ideias falsas a meu respeito. A graça não depende da existência do sofrimento, mas onde há sofrimento você encontrará a graça de inúmeras maneiras".
(trecho de A Cabana de William P. Young)


"A fé nunca sabe aonde está sendo levada,
Mas conhece e ama Aquele que a está levando".
(Oswald Chambers)


"(...)
- Perdoar não significa esquecer, Mack. Significa soltar a garganta da outra pessoa.
- Mas eu achava que você esquecia os pecados.
- Mack, eu sou Deus. Não esqueço nada. Sei de tudo. Para mim, esquecer é optar por me limitar. Filho - a voz de Papai ficou baixa e Mack olhou-o diretamente nos olhos profundos e castanhos -, por causa de Jesus, não há agora nenhuma lei exigindo que eu traga seus pecados à mente. Eles se foram e não interferem no nosso relacionamento".
(Trecho do livro A Cabana de William P. Young)


"(...)
- Mas você prometeu que um dia não haverá mais lágrimas. Estou ansioso por isso.
Papai sorriu, encostou os dedos no rosto de Mack e gentilmente enxugou as faces marcadas pelas lágrimas.
- Mackenzie, este mundo está cheio de lágrimas, mas, se você lembra, prometi que seria Eu quem iria enxugá-las de seus olhos".
(Trecho de A Cabana de William P. Young)


"(...)
Sarayu o interrompeu:
- Mack, se alguma coisa importa, tudo importa. Como você é importante, tudo que faz é importante.
Todas as vezes que você perdoa, o universo muda;
cada vez que estende a mão e toda um coração ou uma vida, o mundo se transforma; a cada gentileza e serviço, visto ou não visto, meus propósitos são realizados e nada jamais será igual."
(Trecho de A Cabana de William P. Young)


"A Terra repleta de Céu,
E cada arbusto comum incendiado com Deus,
Mas só aquele que vê tira os sapatos;
os outros se sentam ao redor e colhem amoras".
(Elizabeth Barrett Browning) 
 
 
 
 

domingo, 24 de março de 2013

UM OLHAR DE UM PEREGRINO SERTANEJO (Lc 10:25-36)



“Minha vida era andar por esse país...” era a canção que eu mais gostava. Trabalhava viajando de uma cidade para outra. Às vezes, sem descanso, só pra dar tempo de chegar logo na outra cidade bem cedim. Eu achava muito bom essa vida que eu tinha mesmo doendo a saudade da minha família.
Mas tenho que contar “procês” um “causo” que mexeu com minha vida, com a vida desse sertanejo "véi" da Judéia. Aprendi uma coisa que escola nenhuma me ensinou. O que é de verdade um próximo. Aquilo que as Escrituras Sagradas falavam através dos nossos avós. Eu tava vindo de Jerusalém pras bandas de Jericó. Sempre fazia isso, era costumeiro. Pois num é que apareceu um bando “servergonhe” de ladrão. Eu não sei daonde aqueles cão saíram. Não é assim? Do nada, as desgraças aparecem? Só sei que me pegaram de jeito, levaram meu jumentim que carregava as coisas tudo. Meu material de venda, meu mostruário, minhas malas, meu dinheiro... Ainda me bateram, me bateram, me bateram... Quando pedi pra parar... aí, que me bateram mais. Nunca senti tanta dor.
No chão, me senti humilhado. Só lembrei da minha família. Como ia voltar pra casa. E se eu ia, como ia levar o sustento... Pedi tanto a Deus a morte. Mas nada... Só silêncio. Sem força, só tinha a saída de esperar alguma coisa caído naquele sol quente. Nunca me senti tão só em toda a minha vida. Nem um pé de gente naquele fim de mundo.
Quando de repente vem alguém. Tava com a vista ruim, mas deu pra ver que era alguém importante. Acho que era um sacerdote, um líder da igreja certamente. Pela roupa, dava mais ou menos pra ver. Eu vi que ele me viu. Talvez tenha me reconhecido, mesmo eu não sendo da religião dele. Quem sabe, eu tinha até visitado lá o lugar dele. Tentei falar, fiquei com vergonha. Afinal... eu tava quase nu. Quem é que vai ajudar alguém sem nada, não é mesmo? O que pude ver mesmo, foi ele passar meio que “arrudeando” por onde eu tava. Quando ele se foi, só me deu vontade de chorar... de tristeza, de dor, de sofrimento...
Depois de um tempim, deu pra notar no meio dos raios do sol, outro homem vindo. Era conhecido? Era sim... Era cantor! Eu tinha comprado os LP’s dele! Eu não ia reconhecer aquele chapéu dele de longe? Oura não?! Esse eu vou chamar. Na verdade, eu vou cantar a música mais famosa dele. Não dá, não tenho forças. Ele passou tão rápido, que... deixa pra lá! Não valho nada mesmo. Não tenho nada. Devo morrer. Ninguém se importa comigo.
Eu estava chorando, quando sem perceber, um homem parou e, ao se abaixar, colocou suas mãos no meu ombro dizendo pra não eu me preocupar. Ele tirou de sua bolsa remédios e ataduras, e cuidou de minhas feridas. Ele me “arribou” no lombo do cavalo e me levou pra um Hotel na beira da estrada lá perto. Nunca vou esquecer. Não sabia quem eu era. Não fez nem questão de saber. Só sei que ele era de Samaria. Os Judeus não gostavam muito do povo de lá não.
O Samaritano ainda tinha que viajar pra outro lugar. Assim, deixou tudo pago no Hotel tanto pra hospedagem quanto pro meus cuidados. E como ele conhecia o dono, se tivesse mais despesa podia ficar fiado que ele pagava na volta.
Nunca vou esquecer. Aprendi o que é ser próximo. Ensinei pros meus filhos. Conto a história do que esse Samaritano fez por mim no pior momento da minha vida. Ele não era nada meu, fez o bem pra mim pelo simples fato de ser um “Cabra bom”.

domingo, 17 de março de 2013

NÃO VOU ME ADAPTAR

Eu não caibo mais
Nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais
A casa de alegria
Os anos se passaram
Enquanto eu dormia
E quem eu queria bem
Me esquecia...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Eu não tenho mais
A cara que eu tinha
No espelho essa cara já
Não é minha
Mas é que quando
Eu me toquei
Achei tão estranho
A minha barba estava
Desse tamanho...

Será que eu falei
O que ninguém dizia?
Será que eu escutei
O que ninguém ouvia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Não vou!
Me adaptar! Me adaptar!
Não vou! Me adaptar!
Não vou! Me adaptar!...

(Titãs)

PÉROLAS DA OLGA - Episódio de hoje: O Verbo inédito

O Verbo Inédito do Dicionário Olga Buarque de Holanda

A Olga, beirando seus cinco anos, chega pra mim e...
- "Pai, você sabe o que é ESCADAR?"
(Nunca tinha ouvido falar desse verbo, mas a educação de hoje estão tão inovadora que...)
Surpreso com cara de aprendizado, respondi:
- "Não! E o que é?"
Com o ar de que sabe das coisas, ela responde:
- "É quando a gente deixa resto do almoço. A gente escada a comida!"
- "Ahhh!!!"
MORAL DA HISTÓRIA - ESCADAR, v.t.d. significa o mesmo de estragar.
Enxergar a vida de forma simples é o que a Olga me ensina de melhor.

sábado, 16 de março de 2013

INOXIDÁVEL TEMPO!














Ó Estimado Tempo!
És muitas vezes como dizem por aí, um possível amigo,
Outros momentos um ferrenho inimigo...
Tem vez que te trato com destrato,
Um distante muito próximo, que incondicionalmente estarás comigo!

Com desdém, como se não tivesse escolha
Suportando ao máximo que nem um parente indesejável vindo de mala e cuia.
Chega em minha porta cheio de sacola
Fico tentando enxergar em você um alguém que não destrua

Tem aparência, em alguns dias, de um ser cruel
Que vem como um tsunami, que nunca irá embora
Aparece do nada com seus imprevistos, com suas ideias contrárias
Arrastando tudo que tinha de bom numa eternidade de uma hora

Acreditar que pode ser alguém que veio pra curar, pra vida se deixar levar
Em outros momentos, parece que gosta de desestabilizar,
Tira o chão, os sonhos... Os pensamentos dilaceram num piscar
E a paz, no seu compasso, na tempestade um abrigo levantar

Ó Estimado Tempo!
Misterioso e sempre imprevisível!

Você tem a todos
E todos te têm,
Implacável não tem como negar.
Ainda mais quando se perde alguém...

Sábio é aquele que através dos teus poderes
seu coração pode se confortar

Agradecer, ou te xingar, quem sabe uma voadora digna de um cearense te dar?
Ficar com raiva, compreender, bufar...
O melhor é de vilão em aliado te transformar

Pra que suas melhores qualidades possam de fato me ensinar.

segunda-feira, 11 de março de 2013

QUEM ME DERA...

ÍNDIOS

Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.

Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim.

E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.

E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

(Renato Russo, Poeta da Legião Urbana)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

BOAS DOSES DE OTIMISMO




 "O otimismo é o vinho tinto das emoções. Uma ou duas taças por dia fazem um bem enorme. Duas garrafas arruínam a pessoa.
O pessimista só tem boas surpresas.
O otimista tem más surpresas, mas é capaz de assimilá-las e transformar o azedume em doce limonada. (...)
Os otimistas movem a humanidade. Eles vivem mais e têm maior resistência às doenças. Quando presos a um leito de hospital, são eles que têm maior chance de cura. Os otimistas ousam mais, poupam mais e aposentam-se mais tarde.
Se, como asseguram os filósofos, a consciência da morte torna o pessimismo inerente à condição humana, o instinto vital se alimenta do otimismo para que a ideia da finitude não nos enlouqueça.
Com todo esse poder, o otimismo não passa de uma ilusão. Mas é um erro subestimar as ilusões. Sem elas, a vida é insuportável".
(Trecho de reportagem da Veja janeiro 2013 sobre o tema Otimismo)