“A situação financeira do Brasil mudou muito nos últimos anos.
Éramos um país com histórico de superinflação e sem critérios econômicos
estabelecidos. Nossa taxa básica de juros era gigantesca e o mercado de
capitais praticamente não existia” – disse Ricardo Pereira, consultor
financeiro em seu blog. Apesar de ser uma realidade clara, quando se
analisa a situação atual, as pessoas podem enxergar além da
estabilização, tanto micro como macroeconomicamente falando, um novo
horizonte de expectativas e oportunidades para os brasileiros. Usando
metáforas, como o ex-presidente Lula gostava de fazer, estamos em
momentos de ondas favoráveis no mar da economia.
Durante décadas no Brasil, vivia-se com investimentos sem riscos, no
entanto com uma rentabilidade frágil. É como se um valor aplicado
anteriormente em quatro anos equivalesse a oito anos hoje. Daí a
necessidade, de se mudar a mentalidade para a importância de um
planejamento financeiro para curto, médio e longo prazo. A idéia de
saúde financeira, que para muitos pode ser considerada ainda banal, na
verdade tornou-se uma importante ferramenta para uma boa base familiar.
“Sim, nós podemos!” foi o slogan que impulsionou a vitória do atual
presidente dos Estados Unidos Barack Obama. E hoje o brasileiro também
pode usar a mesma frase de impacto.
A cultura financeira do país somente será modificada, quando a
cultura de cada um de fato for mudada. Assim como na saúde a pessoa
precisa fazer check-up periodicamente, na economia não é diferente.
Buscar uma orientação financeira não se limita a grandes aplicadores.
Todos precisam se planejar, para assim saberem para onde irão e como
poderão chegar até lá. Planejar ou discutir taxas não podem mais serem
considerados ações raras ou achados de alguns. É por isso que uma
análise profissional trará um norte mais seguro para os negócios. Se
haverá vantagem nas atitudes financeiras ou se em um futuro próximo a
ruína surgirá inevitavelmente.
Conhecer as mais variadas formas de rentabilidade trará para quem
quer melhorar de vida, mais opções e uma visão mais abrangente da
situação que se encontra. E principalmente, se a instituição financeira,
no caso, estiver ciente que o cliente sabe do assunto, ela o tratará de
forma diferenciada. Renda variável, investimentos em títulos ou em
imóveis podem ser bem mais simples do se imagina. Como, historicamente,
toda essa linguagem era distante do dia-dia do brasileiro, quando se
fala nisso parece ainda um bicho de sete cabeças. No entanto, novas
formas de ganhar dinheiro, ou melhor, de multiplicá-lo estão cada vez
mais reais do que se pensa.
Após o diagnóstico da sua situação financeira, você poderá se
identificar como um tomador ou um investidor. Sendo um aplicador, será
necessário saber, mesmo sem experiência no assunto, que existem riscos. O
conservador busca sempre evitá-los o máximo possível, optando pela
renda fixa. Já o arrojado perceberá que o atual cenário é propício para
arriscar, principalmente nas elevações constantes da taxa de juros que
se prevêem para o mercado.
Se você se identificou como um tomador de recursos, não se desespere.
O quadro pode ser mudado, lembre-se de que além da sua organização
pessoal, inúmeras ondas inesperadas poderão surgir neste mar da economia
.
Outra opção real que antes não se tinha, é a programação de uma
melhor aposentadoria tendo como base investimentos em renda fixa.
Todavia, é preciso ter cuidado com os planos de previdência privada já
que muitos deles tiveram ferramentas de simulação com índices antigos. É
necessário estar atento quando o objetivo for ganhar dinheiro. O
importante é sempre ter ganhos, mesmo que sejam menos do que se
imaginava.
Diante de um novo momento, quem nunca pensou em investir, pode ser a
hora mais indicada. Isso vale para todos, independentemente do salário
ou da carreira. Investir fica cada vez mais claro como o melhor caminho
para se ter um futuro mais seguro. A situação do mercado favorece alçar
novos vôos, projetar viagens mais sólidas e visualizar objetivos mais
plausíveis. O momento é agora, já que ninguém sabe o dia de amanhã e,
principalmente, jamais saberemos o que a maré poderá nos trazer.
João Euler
Fonte: Jornal O Estado
Publicado também em http://www.oestadoce.com.br/?acao=colunas&subacao=ler&colID=33