terça-feira, 1 de janeiro de 2013

INVESTIDOR TERÁ QUE CORRER RISCOS PARA GANHAR EM 2013

Para especialistas, o comportamento do investidor será modificado sobretudo pela a taxa de juro real
O ano de 2013 será peculiar para os pequenos investidores. Com os juros básicos mais baixos da história, o cenário será pouco vantajoso para aplicações conservadoras, como a caderneta poupança e os fundos de renda fixa em geral. Segundo especialistas, quem quiser obter uma rentabilidade um pouco maior terá de correr riscos.
Conforme o economista Alex Araújo, o grande fator que mudará o comportamento do investidor é a taxa de juro real (descontada a inflação). Atualmente em 2,94%, ela deverá ser de 1,40% no próximo ano. Dessa forma, as aplicações que, hoje, já estão com ganhos mirrados, ficarão ainda piores em 2013. "Diante das circunstâncias, é preciso assumir algum tipo de risco para ter o mesmo retorno do passado. Os investimentos totalmente seguros perdem atratividade", comenta. Como alternativas mais arrojadas, o consultor cita os fundos de ações. As aplicações que acompanham o iBovespa, no entanto, não são uma cesta interessante, na avaliação de Araújo. O ideal é buscar papéis específicas de empresas com desempenho mais robusto.
Pouco exploradas, as cotas de fundos imobiliários se configuram como promissora modalidade, orienta o especialista. O governo federal isentou tais aplicações de Imposto de Renda, e os ganhos estão bem acima da média. De acordo com Araújo, a partir de R$ 500 é possível investir nessa modalidade. No entanto, é preciso ficar atento, pois as ofertas são esporádicas.
Para se ter uma ideia, recentemente, segundo ele, o Banco do Brasil fechou agências e as pôs à disposição de fundos imobiliários, no valor de R$ 1,5 bilhão, e a demanda foi dez vezes superior ao que foi ofertado. É possível também adquirir cotas de fundos que detêm shoppings, edifícios comerciais, dentre outros. Investimentos como esse ainda parecem ser mais complexos, no entanto, espera-se uma maior difusão deles no mercado, uma vez que as opções mais tradicionais estão sufocadas. A tendência é de que a prateleira de investimentos se diversifique, mas é claro que sempre haverá espaço para a velha poupança.
No rol das modalidades não recomendadas para o momento, está o ouro. Para Alex Araújo, esse investimento, o qual é mais acessível para que dispõe de valores maiores, é mais indicado em momentos de turbulência, já que é um dos mais seguros do mercado. Caso ocorra uma piora na questão do abismo fiscal nos Estados Unidos, o ouro se torna mais atrativo.
Pequenos investimentos
Para o economista Francisco Assunção, o ambiente macroeconômico modificado realmente transformará os pequenos investimentos. "Aparecerão mais oportunidades de tipos de aplicações em título com isenção de imposto de renda", comenta. Ele frisa que, apesar desses impactos nos rendimentos, os juros mais baixos são importante mecanismo para o crescimento do País no longo prazo. "Não se deve ver o juro baixo como algo que vai evitar de ganhar dinheiro. É, sim, uma ferramenta que vai gerar oportunidades no futuro. Para render mais, vai ser necessário analisar tudo de forma conjuntural", afirma.
VICTOR XIMENES
REPÓRTER

Fonte: Jornal Diario do Nordeste
Publicado em 01.01.13 em <http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1219225>

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